A língua portuguesa é viva, dinâmica e cheia de particularidades que refletem a diversidade do povo brasileiro. No entanto, muitas vezes, palavras e expressões que não constam nos dicionários oficiais ou nas normas da gramática normativa acabam se tornando parte do vocabulário comum. Seja na conversa informal, nas redes sociais ou até em músicas e programas de TV, há palavras que "pegam" — mesmo estando, tecnicamente, erradas.
É o caso de diversos termos que despertam o alerta de professores de português, mas são usados com naturalidade por grande parte da população. São os chamados erros de linguagem cristalizados no uso popular, que geram debates entre linguistas, puristas e defensores da comunicação mais flexível.
Palavras que não existem oficialmente 2n383n
A seguir, listamos cinco palavras que não existem oficialmente na língua portuguesa, mas que provavelmente você já ouviu — ou até usou — em algum momento.
- Gratuíto
A grafia correta da palavra é gratuito, com a sílaba tônica no "i": gra-TUI-to. No entanto, a pronúncia e grafia "gratuíto", com o acento deslocado para o "í", se espalhou tanto que muita gente acha que está certa. A confusão é tão comum que já virou meme na internet e aparece em cartazes, propagandas e até documentos oficiais. Apesar disso, a forma "gratuíto" não é reconhecida pelos principais dicionários da língua portuguesa e deve ser evitada em contextos formais.
- Menas
"Menas" é um clássico dos erros de concordância. A forma correta é menos, que é invariável — ou seja, não muda no feminino nem no plural. Portanto, o certo é dizer "menos pessoas" e nunca "menas pessoas". Mesmo assim, essa forma incorreta se disseminou na fala cotidiana, principalmente em situações informais. Por mais comum que seja, ela ainda é considerada um erro gramatical grave em ambientes acadêmicos e profissionais.
- Seje
"Seje" é uma forma incorreta do verbo ser no subjuntivo. A conjugação correta seria "seja", como em: "Espero que ele seja feliz". No entanto, o uso de "seje" no lugar de "seja" é frequente em várias regiões do país, especialmente na linguagem falada. Linguistas apontam que esse tipo de erro tem origem na forma como os verbos são aprendidos oralmente e na tentativa de aplicar uma lógica regular a um verbo irregular como "ser".
- A nível de
A expressão "a nível de" virou um vício de linguagem que tomou conta de discursos políticos, corporativos e até jornalísticos. Embora pareça sofisticada, essa expressão raramente é necessária e quase sempre pode (e deve) ser substituída por formas mais simples, como "em relação a", "quanto a" ou "sobre". Por exemplo, em vez de dizer "A nível de educação, precisamos de melhorias", prefira "Em relação à educação". O uso excessivo e desnecessário da expressão compromete a clareza do texto.
- Encarnizado
A forma correta da palavra é encarniçado, que significa "ferrenho", "violento" ou "intenso", como em "um debate encarniçado". Porém, muitas pessoas falam e escrevem "encarnizado", acreditando ser a forma certa. A confusão vem do som similar e do uso oral da palavra. Embora o erro não cause estranhamento em uma conversa informal, pode comprometer a precisão do texto em situações formais.
Por que usamos essas palavras erradas? 5p5e4t
O uso de palavras que não existem oficialmente está ligado a diversos fatores: influência regional, escolaridade, oralidade, repetição no ambiente social e até tendências linguísticas populares. Na fala cotidiana, muitas vezes priorizamos a fluidez da comunicação em vez da correção gramatical, o que facilita a disseminação desses "erros aceitos".
Além disso, o português é uma língua complexa, cheia de exceções e regras que nem sempre fazem sentido para quem está aprendendo. A tentativa de simplificar ou generalizar regras verbais e de concordância acaba criando essas palavras "fantasmas" que se infiltram no vocabulário popular.
Dicas para evitar esses deslizes sem parecer pedante w2kl
Leia com frequência — A leitura de textos bem escritos ajuda a fixar as formas corretas das palavras e a desenvolver uma intuição linguística mais apurada.
Desconfie do que "soa bonito" — Nem sempre o que parece mais sofisticado está certo. Expressões como "a nível de" e "gratuíto" são exemplos disso.
Consulte bons dicionários e gramáticas confiáveis — Em caso de dúvida, procure a forma correta da palavra antes de usá-la em contextos formais.
Evite corrigir os outros de forma ríspida — A correção linguística deve ser feita com empatia. A linguagem é uma ferramenta de inclusão, não de exclusão.
Preste atenção à fala de profissionais da área — Professores, jornalistas e escritores geralmente são boas referências para ouvir e aprender.
Quais palavras não existem oficialmente na língua portuguesa? 5n1x3q
Exemplos comuns incluem “gratuíto” (o certo é gratuito), “menas” (o correto é menos), “seje” (em vez de seja), o vício de linguagem “a nível de” e “encarnizado” (a forma certa é encarniçado). São erros comuns, mas não reconhecidos pela norma culta.
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